terça-feira, 21 de agosto de 2012

Meeting Probiótica internacional de treinamento e nutrição esportiva - 6ª parte


EDUARDO CORREA E O ALTO PODER
ANALGÉSICO E REGENERATIVO DO 
PLASMA RICO EM PLAQUETAS, O PRP

Logo de início e com presença marcante, o brasileiro Eduardo Correa se mostrou muito emocionado frente ao púbico que o ovacionava com empolgação no meeting! Já o conhecia a algum tempo, quando em 2004 eu e muitos outros atletas fomos a um jantar em homenagem aos melhores atletas de 2003, realizado próximo a FEPAM – Federação Paulista de Musculação. Pois é, ele foi parar na terra do tio Sam, e com certeza ao despontar por lá, levou consigo um pouquinho do sonho de cada um dos atletas brasileiros de se tornar um fisiculturista profissional! 




Sobre sua lesão ele disse: “Eu tive uma ruptura parcial no tendão do tríceps, e isso me causou uma grande limitação em relação à execução de alguns exercícios, como flexão de cotovelo. Eu já vinha com esta lesão há muito tempo.” “Competi no Europa e no Mr. Olympia no ano passado com um centímetro e meio nesse tendão rompido. O que estendeu a lesão para três centímetros e já não suportava mais a dor! De modo que fiz um procedimento de nome PRP.” Segundo Correa, este procedimento é feito com o próprio sangue da pessoa a ser tratada. “Este procedimento me auxiliou na cicatrização de minha lesão, recuperando-a totalmente.” Disse. E afirmou que iria competir no campeonato Flex Pró e que atualmente realiza seus treinamentos normalmente sem qualquer dificuldade. “Acredito que minha lesão foi muito importante por me permitir conhecer melhor o meu próprio corpo. E fez com que eu tenha evoluído não apenas no sentido mental, mas também na busca por uma melhora na simetria bem como na proporção, de meu corpo. Onde através de novos braços, de alavancas, quando executo os meus treinamentos procuro encontrar novas maneiras de realizar os treinos. E estes por sua vez, me possibilitam a continuar a ter bons resultados”.

Vejamos um breve histórico do PRP.

No início dos anos 90, o tal gel de plaquetas que se originou do (PRP) passou a ser agregado nas áreas da cirurgia oral, ou seja, na ortodontia com o objetivo de maximizar a reconstrução de feridas causadas no período pós-cirúrgico e também na região óssea. O gel apareceu como alternativa positiva para diminuir os problemas ocasionados pelo uso de uma cola usada há mais de 60 anos a Fibrina.     

O significado de PRP é: Plasma Rico em Plaquetas. Este procedimento implica em um tratamento onde se usa o sangue extraído do próprio individuo, colocado em um tubo estéril, posteriormente é levado a uma centrifuga. Lá, as plaquetas são separadas por conter um (alto poder analgésico e regenerativo para os grupos musculares, ossos, tendões, ligamentos e cartilagens). É possível também a utilização do aparelho de ultrassom para determinar com mais precisão o local da aplicação.

Este sangue é aplicado no local onde ocorreu a lesão, e a alta taxa de plaquetas contidas no sangue, otimiza o desenvolvimento de novas células de modo a acelerar o processo de cicatrização dos tecidos. Ou seja, o individuo sente expressiva melhora de sua lesão, além do fato de eliminar a possibilidade da utilização de tratamentos tradicionais, agressivos, cirúrgicos e medicamentosos de longo prazo.
E o risco de trazerem efeitos colaterais. E por falar em efeitos colaterais no caso do (PRP) eles são mínimos, passageiros, por serem retirados do próprio paciente.

Portanto, a pessoa que usa este método, tem sua recuperação cerca de 50% mais rápida. PRP - Plasma Rico em Plaquetas reforçando então, esta técnica é recomendada e extremamente útil para as seguintes regiões do corpo como: coluna, ombros, cotovelos, pulsos e mãos, pés, tornozelos, joelhos, pélvis, tendões de Aquiles, articulações sacro-ilíacas e artríticas. Entretanto, este método deve ser feito por médicos especializados e com muito critério. No entanto vale lembrar que cada pessoa responde de maneira singular ao tratamento, e suas aplicações podem variar entre uma a cinco dando intervalos de uma a três semanas entre elas.

Também é recomendado que a pessoa que passa por esse tratamento, não realize atividades físicas em excesso, afim de não prejudicar a terapia.

É uma pena que os convênios médicos ainda não utilizem deste tratamento, talvez seja por seu elevado valor; cada aplicação pode chegar a R$ 3.000,00 que se torna um tanto quanto inviável para a grande maioria da população. Nos dias de hoje, estudos realizados mostram grandes benefícios nos tratamentos quando se utiliza o plasma rico em plaquetas, ou seja o PRP.

Todavia, quero mais uma vez chamar a atenção especialmente para aquelas pessoas que pensam em fazer a extração e aplicação do próprio sangue visando sanar uma provável lesão. Recomendo que não saiam por ai executando esta técnica! Isso deve ser feito apenas e exclusivamente por profissionais médicos especialistas neste método! Penso que este método é um grande passo no avanço da medicina, torço para que um dia esteja ao alcance de todos!  

De volta ao nosso querido atleta, posteriormente Eduardo Correa apresentou para a audiência seu treinador, que está sempre ao seu lado dando aquele apoio nos seus treinamentos e em vários aspectos motivacionais. Antes, porém Marcelo Bella diretor executivo da Probiótica dirigiu-se ao atleta e disse: “A Probiótica não o patrocina apenas pelos seus títulos, mas também pelo grande atleta e pelo grande exemplo pessoa que você é para todos nós. E quando você se aposentar, eu quero estar junto a ti, sucesso!”.

Com alguns aparelhos da marca Náutilus no palco si bem me lembro, havia uma máquina de cross over, também havia banco livre que poderia ser inclinado caso necessário, além de uma estante contendo vários halteres a disposição. E valendo-se dos aparelhos, foi exibida, a dinâmica de treinamento usada por Eduardo Correa e seu treinador diariamente em Florianópolis. Vale ressaltar que Fernando Marques também treinador, marcou presença no momento em que o atleta treinava no palco do auditório.

Eduardo iniciou com o treino de peitoral fazendo movimento de crucifixo inclinado como primeiro exercício, onde realizou algumas séries, bem como um determinado número de repetições. Seu treinador explicou: “A principio o movimento é igual sem alteração. Porém com alguns cuidados determinantes para a qualidade de seus resultados. Isto pelo fato de que eu não permito que o Eduardo perca a tensão dos músculos durante toda a fase de execução do movimento. Onde tem o seu início na fase concêntrica, chegando ao pico máximo de contração e posteriormente até a fase excêntrica, que é o alongamento. Isso, dobra a tensão dos músculos o que por sua vez aumenta a intensidade do exercício”.


Seu treinador destacou: “A fase excêntrica é onde ocorre a ruptura das fibras musculares, e os movimentos devem ser mais lentos e concentrados. É justamente nesta fase onde a grande maioria das pessoas acaba por negligenciar esta etapa o que é um grande erro”. Devo dizer que concordo plenamente com essa ideia. E digo que ainda nos dias de hoje muita gente continua colocando carga excessiva em seus exercícios e algumas vão até além do que podem suportar e com isso, acabam por acarretar problemas articulares futuros! Já abordei esse assunto em outros artigos, ou seja, não basta treinar pesado é necessário treinar concentrado!



 









O preparador do nosso atleta narrou: “Eduardo tem uma ótima capacidade de manter a contração na fase de pico do movimento, e isso lhe acarreta bons resultados”. “Depois de feito o exercício de crucifixo, ele passará para o segundo exercício que será o supino reto com halteres”. “Notem que na realização do movimento de supino ele mantém seus ombros bem estabilizados”.

Lembrando que neste movimento assim como o movimento de crucifixo, são acionados os ombros e tríceps como auxiliares sinergistas do peitoral neste caso. Após feito o supino dirigiu-se para o terceiro exercício o cross over. Seu treinador explicou: “Este movimento será feito com o corpo em uma linha vertical e não inclinado à frente como o de costume. Realizando em posição vertical o Eduardo utiliza um pouco mais do seu abdômen a fim de permanecer mais estabilizado, equilibrado podendo focar mais em seus peitorais, também vamos usar o recurso do (princípio de treino repetição forçada) que auxilia na fase concêntrica do movimento, nunca deixando de esquecer-se da excêntrica”. 


Perguntado ao atleta, quantos quilos ele estava pesando naquele dia, (em off season) ele respondeu: “Estou pesando aproximadamente 107 kg, mas, em competição baixo para 95 kg”.
Portanto para sintetizar, nosso atleta treinou peitoral, seguido de bíceps e tríceps e após seu treino demonstrativo, fez um guest pose mostrando que mesmo em off season continua em boa forma.

Em 2012 no campeonato Flex pró Eduardo Correa obteve a 5ª colocação exibindo um belo físico. Já no prestigiado Campeonato Arnold Classic ficou em 10º lugar, pessoalmente eu acho uma ótima colocação em um campeonato, especialmente sendo do alto nível que é!

Desejo ao nosso campeão uma próspera carreira no futuro do fisiculturismo profissional. Da mesma forma que tiveram outros atletas de grande destaque. Espero que ele consiga cada vez mais firmar seu nome nos campeonatos mundo a fora, especialmente nos palcos do tão almejado torneio Mr. Olympia. Sucesso Eduardo Correa, e boa sorte!

Me despeço com a frase do rei dos reis Arnold Schwarzenegger: “Hasta la vista baby”.  

Forte abraço

Dário Rubens Ferreira